Sinto-me chateado, aborrecido arruinado ou melhor dizendo, sinto-me danado. Mas danado porque? Não tenho razões para isso… no entanto, é esta a forma como me sinto.
Os dias têm-se passado de uma forma rápida e contínua, tendo sido o meu tempo finalmente quase na sua totalidade ocupado, fazendo com que começasse novamente a viver os dias de uma forma desbravada com vontade de chegar mais além. Algo que já não acontecia desde à algum tempo.
Perdi alguns dos maiores interesses que tinha, não sei se por força da idade, ou até se mesmo devido a fases que se vão vivendo.
Vejo que a maioria de nós (pessoas) vive e vence com base no dinheiro. Quero com isto dizer, que muito se julgam vencedores com o que o dinheiro pode comprar. Nestes últimos tempos, aprendi que o que o dinheiro pode comprar faz todos poderem vencer. Assim basta arranjarmos a maneira de ter dinheiro e podemos ter tudo o que ele pode comprar.
Então e o que ele não pode comprar? Pois é, ai são poucos o que podem vencer.
O andar de Mercedes, andar de Ferrari, ter Mota e casa de férias no Algarve é comum na minha geração.
Acabar de tirar a carta e fazer crédito para comprar um BMW, é ainda mais normal na geração que se vive. Comprar uma casa topo de gama aos 22, 23 anos, perfeitamente composta também coisa é absolutamente normal nos dias de hoje. Basta ter dinheiro…
Mas o problema é que esse dinheiro não se tem, e não se tem porquê? Não se tem porque é necessário tempo para o ganhar… e quando ele está cada vez mais difícil de ganhar e não há, como vamos pagar todas as despesas que existem?
Realmente, até tem a sua piada chegar ao café montado num belo carro, convidar os amigos para um jantar na casa nova e esta estar perfeitamente mobilada, sendo além disso a maior do grupo!
Mas isto hoje em dia tornou-se coisa banal, perdendo o interesse. Pelo menos para mim… pois gosto de conquistas dia após dia, etapa a etapa.
Qual será o próximo objectivo da geração que possui o carro e a casa dos sonhos? Ter um emprego temporário e andar a contar os tostões dia a dia? Ou passar o resto da vida a trabalhar para pagar créditos?
São perguntas às quais a resposta é sempre a mesma, as pessoas estão a viver de uma forma diferente, de uma forma em que a ilusão se apoderou da sua mente.
Estarei eu errado quando vivo como a geração dos anos 80, em que as coisas eram conquistadas dia após dia?
Não sei, não tenho resposta. Apenas sei dizer que o meu campo de batalha é outro. Decidi desde que me conheço como pessoa a vencer onde o dinheiro não vence, a sair vencedor no que o dinheiro não pode comprar. É por isso que tento alcançar o que apenas pode ser alcançado com dignidade e com tempo. Onde apenas os melhores proliferam.
É assim que vivo e que somo a cada dia as minhas vitorias dignas, sem que para isso seja necessário dinheiro.
Convido todos os que forem capazes a fazer o mesmo. Acreditem que a sociedade mudaria, passaríamos a viver com mais tranquilidade e com maior qualidade de vida.
Chocam-me as pessoas que envergam sempre pelo caminho mais fácil, assumindo as derrotas como coisas banais. Refugiando-se no que o dinheiro compra e na ansiedade de ter algo superior ao vizinho!
Será difícil tentar ser uma pessoa diferente do vizinho, mais digna, mais séria, com mais valor humano? Isso é um caminho apenas percorrido por alguns! No dia em que esse caminho fique deserto, antevê-se uma catástrofe com contornos alarmantes, a qual nem o dinheiro salvará. A nossa sociedade está cada vez mais incapacitada para sobreviver ao mais pequeno abanão.